A hora de decidir
De maneira geral os problemas patológicos construtivos em elementos e sistemas construtivos, tendem a evoluir provocando o agravamento dos danos ao longo do tempo. Estes mesmos problemas ocasionarão fragilidades à edificações e obras de Engenharia, abrindo portas para a entrada de novos agentes nocivos, fator potencializador e catalizador de mais complicações, e estamos levando em conta somente danos materiais, pois a saúde e a vida humana são inestimáveis. É hora de rever conceitos...
Viaduto Guararapes - Erro que custou vidas.
É fato que quanto mais cedo forem tomadas as decisões de correções de manifestações patológicas que ocorrem nas estruturas de concreto, elas também serão mais eficientes e duráveis, terão soluções de execução viáveis e muito mais econômicas, pois tendem a ser descobertas e tratadas sem o agravamento ou a urgência. A demonstração mais clara e expressiva desta constatação é a famosa Lei de Sitter ou Lei dos 5 que formula através de uma PG (Progressão Geométrica) de razão 5 a escalada de custos de reparos através do tempo.
Representação gráfica da PG de Sitter.
Para análise da Lei de Sitter, dividiremos as etapas construtivas em 04:
- Projeto;
- Execução;
- Manutenção Preventiva;
- Manutenção Corretiva.
É preciso elucidar cada etapa:
- Projeto: Etapa de planejamento, onde cabe testar modelos, verificar históricos, conhecer materiais e fornecedores, compatibilizar, trocar experiências, enfim, a etapa do pensar e repensar. Pois bem, toda medida, tomada a nível de projeto, que vise aumentar os quesitos de durabilidade e segurança de uma edificação será associada ao custo equivalente ao Número 1;
Pensar, planejar e projetar
- Execução: Etapa operacional de rigorosa obediência ao projeto, às Normas Técnicas e à boa técnica que são pontos fundamentais para o sucesso construtivo da estrutura. As medidas extra-projeto realizadas durante a etapa de execução, ou seja, no período prévio ao uso da estrutura inclusive na fase de recém construída, implicam em um custo cinco vezes maior ao custo que seria cobrado caso esta mesma medida tivesse sido tomada na etapa de projeto. Daí associarmos este custo ao equivalente Número 5;
- Manutenção Preventiva: Manutenção realizada antes dos primeiros cinco anos e/ou manutenções conforme especificado no Manual de Uso e Operação da Edificação. Esta etapa, importantíssima, deveria ser tratada como rotina, pois ela antevê o surgimento de manifestações patológicas derivada do uso e da vida útil da estrutura. Porém está associada ao custo equivalente ao Número 25, ou seja, vinte e cinco vezes superior ao custo referente a decisão tomada na etapa de projeto;
Manutenção preventiva em transformadores
É preciso também exemplificar cada etapa:
- Projeto: Especificar cobrimentos de armadura compatíveis com o grau de agressividade da região em que está se executando as estruturas, determinar aglomerantes específicos, determinar composição de agregados, utilização de aditivos para os mais variados auxílios à qualidade final da peça, detalhar em projeto o maior números de situações executivas e promover a superposição de projetos, são algumas ações importantes;
- Execução: Decisão em obra pela alteração de alguma característica da estrutura de concreto visando maior proteção e consequente durabilidade da peça. A mesma medida na etapa de projeto geraria novos estudos e concepções para redimensionamento da estrutura levando em conta módulos de deformação e deformação lenta, escolha de concreto com níveis de resistência à compressão adequados; são alguns fatores que sem dúvida incidiram sobre os custos com peças mais esbeltas, formas, taxa de armadura, cimbramento e outros;
- Manutenção Preventiva: Lavagem de fachadas para descontaminação, principalmente, de cloretos, sulfatos e carbonos; associados e causadores de processos degradativos como corrosão, carbonatação e eflorescências em estruturas de concreto armado.
- Manutenção Corretiva: Recuperação de estruturas de concreto armado com utilização de métodos de reparo e reforço estrutural previamente estudados e projetados para reconstituição de durabilidade, segurança e atendimento à sua finalidade.
Para nós, Engenheiros Patologistas, esta lei é verdadeira e está amplamente difundida nas bibliografias de Engenharia Diagnóstica e Patologias das Edificações. Estudos incompletos ou superficiais, negligência nas etapas construtivas e o adiamento das intervenções, são fatores de elevação de custos geometricamente progressivos em relação ao tempo e prestam embasamento técnico para a máxima:
Para nós, Engenheiros Patologistas, esta lei é verdadeira e está amplamente difundida nas bibliografias de Engenharia Diagnóstica e Patologias das Edificações. Estudos incompletos ou superficiais, negligência nas etapas construtivas e o adiamento das intervenções, são fatores de elevação de custos geometricamente progressivos em relação ao tempo e prestam embasamento técnico para a máxima:
"NÃO DEIXE PARA AMANHÃ O QUE PODE SER FEITO HOJE!"
Facebook/LawtonParente
Engº Civil Esp. Lawton Parente
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- Construtor, Consultor e Professor
- Pós-Graduado em Engenharia Diagnóstica e Patologia das Edificações
- Associado ao Instituto de Engenharia de São Paulo
- Diretor Técnico do IBAPE-CE - Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia do Ceará
- Conselheiro e Diretor do CREA-CE - Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará
CONSTRUTORA ENGETERRA - Revitalizando e valorizando patrimônios
ENGETERRA DIAGNÓSTICA - Estudos Técnicos de Engenharia
ENGETERRA DIAGNÓSTICA - Estudos Técnicos de Engenharia
Muito Bom!!!
ResponderExcluirParabéns, se me permitir gostaria de compartilhar alguns de seus conteúdos no meu site www.engenheiroferreira.com.br associando algumas colocações suas com a seg do trabalho.
ResponderExcluirFico feliz que gostou. Claro que pode compartilhar, será um prazer. Como costumo a dizer, apenas faço minha parte de não reter conhecimentos, pois eles pertencem à Engenharia, não a mim. Obrigado!
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